Mega almoço em Loures com Jerónimo de Sousa celebra Abril

Só há mudança <br>com o reforço da CDU

Uma forte participação – eram mais de 800 os presentes –, em ambiente fraterno e caloroso, marcou o almoço concelhio da CDU de Loures, no domingo, 26, iniciativa que contou com a participação do Secretário-geral do PCP.

As eleições legislativas são um momento da maior importância na luta pela ruptura

Celebrar os 41 anos da Revolução de Abril e os 40 anos da eleição para a Assembleia Constituinte – esses dois acontecimentos que a nossa história registará para sempre –, foi o factor mobilizador para a enchente registada no pavilhão gimnodesportivo de S. João da Talha.

«Este é cada vez mais o tempo de defender e afirmar Abril com uma outra alternativa e uma outra política. Este é um momento para a convergência e unidade dos patriotas, dos homens e mulheres de esquerda, dos trabalhadores e do povo, em defesa dos valores de Abril, em defesa da Constituição da República, de exigência de ruptura com a política de direita e pela afirmação de uma alternativa patriótica e de esquerda», afirmaria na sua intervenção Jerónimo de Sousa, sintetizando aquele que é seguramente o desafio maior que está hoje colocado a todos aqueles que se opõem à política de destruição, declínio e desastre nacional dos PEC e do pacto de agressão e almejam por um Portugal de progresso, mais justo e solidário.

Confiança

E foi em ambiente de grande confiança que esse sentido da mensagem do líder comunista foi acolhido pelos activistas da CDU, após uma refeição de porco preto no espeto confeccionada e servida com grande dedicação e eficiência por uma bem organizada equipa de camaradas e amigos.

Activistas da CDU – comunistas, ecologistas, membros da Intervenção Democrática (ID) e outros democratas – que deixaram ainda sublinhado em fortes aplausos e no grito «CDU» que ecoou no pavilhão a sua inabalável vontade de estar presente nos «combates por Abril» – assim lhes chamou Jerónimo de Sousa –, combates que neste ano 41.º da Revolução se travam também no plano político e eleitoral.

As eleições legislativas são, aliás, valorizou o dirigente máximo do PCP, um «momento da maior importância na luta pela ruptura com a política de direita e a concretização da viragem inadiável e necessária na vida nacional».

Emergem, «nestes tempos de grande ofensiva contra Abril», acrescentou, «como uma oportunidade para que o povo português, no seguimento das importantes lutas que tem travado, faça ouvir a sua voz contra a política de direita».

E é por isso que comemorar Abril, salientou o líder comunista, é também transformar as eleições legislativas que se aproximam numa «grande campanha de esclarecimento e numa batalha política de massas que contribua para elevar a consciência política do povo e criar as condições necessárias à ruptura e fazer surgir uma solução alternativa que tem de ser encontrada fora do ciclo de rotativismo e alternância que PSD, CDS e PS vêm impondo há anos».

Para Jerónimo de Sousa, esta tem de ser ainda uma campanha que «afirme com confiança que é possível um outro rumo», que «há alternativa ao rumo de empobrecimento do povo e do País, à submissão e à dependência», que «há soluções e respostas para os problemas nacionais e de que para elas serem possíveis a CDU tem de ter mais força e mais votos».

Alternativa

Confiança nas batalhas que se avizinham foi também a tónica dominante nas intervenções de Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures, e Cláudia Madeira, do Partido Ecologista «Os Verdes».

Para o edil que reconquistou nas últimas autárquicas a presidência da Câmara para a CDU, o que o País precisa nas eleições legislativas é de uma «verdadeira mudança», como aquela que ocorreu há cerca de ano e meio em Loures, «e não de mais uma alternância».

«Precisamos de uma verdadeira mudança, e não de uma alternância que acabe com os contratos a prazo para generalizar o despedimento fácil para todos, para manter os cortes nos salários e pensões, para manter intocáveis as questões fundamentais da dívida, do euro e das privatizações como o PS se prepara para fazer», enfatizou Bernardino Soares, que detalhou depois alguns dos muitos planos onde se diferencia a qualidade da gestão da CDU em Loures, em sentido inverso àquelas que são as opções e a acção do Governo. Isso é patente, exemplificou, em questões como o «pagamento da dívida sem aumentar impostos», quando «contrata mais trabalhadores e melhora as suas condições de trabalho», «recupera e defende serviços públicos e combate privatizações», «procede a investimentos, especialmente na educação», «promove a cultura e apoia o movimento associativo» ou «valoriza a democracia e a gestão participada», tudo ao contrário do que faz o Governo.

A perpassar as palavras da ecologista Cláudia Madeira, por seu lado, esteve também uma forte mensagem de confiança na intervenção da CDU e de esperança no futuro. Porque, para a CDU, frisou, «fazer política não é fazer negócios, não é mentir e enganar, é lutar por um bem comum e por melhores condições de vida para todos».

E fazendo jus ao lema da CDU – trabalho, honestidade, competência –, depois de não poupar críticas aos executantes da política de direita que «têm estado sempre de mãos dadas na destruição do País», deixou vincada a garantia de que na CDU, os seus activistas, «de forma convicta e empenhada», intervêm «para fazer mais pelo País, em prol do bem-estar das populações e do desenvolvimento».


Propostas do PCP
Garantir o futuro da Segurança Social

Do vasto conjunto de propostas do PCP, Jerónimo de Sousa destacou, no almoço de Loures, a necessidade de «pôr fim à utilização das receitas da Segurança Social como instrumento de política económica do falso apoio à criação de emprego, à competitividade, ou de incentivo ao aumento dos salários»; «assegurar o pagamento da Taxa Social Única (TSU) que é paga pelos trabalhadores e pelas entidades patronais como fonte de financiamento do regime previdencial, pondo fim à proliferação de isenções e reduções na TSU que transformam a excepção em regra»; «criar uma contribuição para a Segurança Social em função, não apenas do número de trabalhadores, mas também do Valor Acrescentado Líquido»; «afectar 0,25 por cento de imposto a criar sobre todas as transacções na Bolsa de Valores destinados ao reforço do Fundo de Estabilização Financeira»; e «promover o combate eficaz à evasão e fraude contributiva».

Da maior importância será também o «restabelecimento pleno do abono de família às crianças e jovens», a «reposição do valor das reformas e pensões e o aumento dos seus montantes» e o «efectivo apoio aos desempregados».


«A força do povo» sai à rua

O Secretário-geral do PCP apelou à participação nas jornadas do 1.º de Maio e na marcha nacional «A força do povo», todos à rua por um Portugal com futuro, que se vai realizar no dia 6 de Junho, em Lisboa, promovida no quadro da CDU. «Uma marcha para dar força à torrente que sentimos que se amplia para colocar Abril, os seus valores e o seu projecto de democracia, liberdade, de justiça social, de um Estado ao serviço do povo e do desenvolvimento, da soberania e independência nacionais nos caminhos da construção de uma vida melhor para o nosso povo», afirmou Jerónimo de Sousa.


Insulto ao 25 de Abril

O Secretário-geral do PCP considerou como um «insulto» ao 25 de Abril o anúncio, no sábado, por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, da coligação PSD/CDS às legislativas, partidos que estão «a destruir o que resta de Abril». «Juntos ou separados», sublinhou Jerónimo de Sousa, PSD e CDS vão ter do povo a mesma resposta: «Uma derrota, uma redução drástica da votação na direita, para afastar esta gente, este Governo, da vida política nacional em termos institucionais».




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